quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Cineminha da semana: "O ano em que meus pais saíram de férias"

Dia 5 passado, rolou o dia do cinema nacional na rede Cinemark: todos os filmes brasileiros desse ano a preços bastante acessíveis. Perdido como sou, só fiquei sabendo no mesmo dia. Chamei o pessoal e quase todo mundo estava ocupado, mas a fantástica Milena, amiga de todas as horas e baladas, garantiu uma ótima companhia pro cineminha. Um ótimo papo e uma passadinha no Mac antes do filmes, e lá fomos nós ver "O ano em que meus pais saíram de férias", de Cao Hamburger.

A essa altura todo mundo deve conhecer a trama básica de trás pra frente, mas um resuminho pros desligados: o filme conta a história de Mauro (Michel Joelsas, numa interpretação contida e marcante por sua delicadeza), um garoto deixado pelos pais na casa do avô (numa ponta rápida do saudoso Paulo Autran) no ano de 1970. Eles dizem para o garoto que estão saindo de férias e que retornarão quando a Copa do mundo começar. Mas a verdade é que eles querem proteger Mauro, já que o casal tem conexões com a esquerda e é perseguido pela ditadura.

O filme tenta lidar com uma série de temas bem difíceis: a repressão da ditadura de Médici, a pluralidade cultural do bairro do Bom Retiro e a visão infantil do mundo. A historia usa de todos os artifícios possíveis para criar um senso de intimidade e sensibilidade com a audiência, o que gera um ar um pouco artificial em boa parte do filme.

Até o final. É nesse momento que o filme se torna sincero de verdade. A última meia-hora é de uma sutileza tão grande que torna o filme completo e realmente tocante. Recomendo de verdade.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Recomendação de leitura: Planetary


"There are mad and beautiful things beneath the skin of the world we know, that you only see when you look at things on a planetary scale..."
Warren Ellis, Planetary proposal


Essa é a primeira de três recomendações que prometi pra Bibi há muuuuito tempo rs... mais exatamente aqui (deus, julho!). Mas é aquilo... antes tarde...!

Vamos lá, à obra: Planetary é o trabalho revolucionário do escritor inglês Warren Ellis e do ilustrador norte-americano John Cassaday. Ellis, conhecido por seu texto ácido e subversivo, demonstrou aqui uma paixão avassaladora pela cultura pop e pela ficção científica. A arte cinematográfica de Cassaday, recheada de designs complexos e fantásticos, dão um senso de realidade que complementa perfeitamente essa obra-prima pós-moderna.

A história relata as aventuras da equipe Planetary, os "arqueólogos do impossível", um grupo de aventureiros que investiga a história secreta do século XX, que é mantida oculta do grande público por uma conspiração de super-seres. Essencialmente, todos as histórias clássicas da ficção científica aconteceram de uma forma ou de outra no universo criado por Ellis, amarrados de forma realista, por vezes violenta e cruel, mas mantendo ao mesmo tempo um senso de encanto que permeia toda a obra.

Os integrantes do grupo são Elijah Snow, o cínico e sarcástico líder da equipe, que busca de todas as formas levar a verdade à público; Jakita Wagner, uma caçadores de emoções criada desde jovem por Elijah; e o misterioso e insano Baterista, capaz de manipular todo tipo de informação. Juntos eles combatem os Quatro, cientistas que ganharam poderes num acidente espacial e passaram a ocultar eventos e artefatos fantásticos... e a usar esse conhecimento em proveito próprio. Uma interessante provocação/crítica metalinguística ao Quarteto Fantástico... ou mais exatamente, à Marvel Comics.

A cada edição, o logo e o design de capa são alterados para melhor refletir o gênero/obra homenageados. Nas páginas da série, vale tudo: de policiais fantasmas em busca de vingança a cientistas russos que descobriram a verdade sobre o céu e o inferno; de monstros indescritíveis alterados por radiação a atraentes agentes secretos dos anos 60.

Dois álbuns já foram lançados no Brasil pela editora Devir. Atualmente, a série é publicada na revista mensal Pixel Magazine. Acreditem senhores e senhoras, essa série é pra ter em casa.

domingo, 4 de novembro de 2007

Experiências Freaks

"Em 1960, dez soldados americanos foram colocados em um avião e, em seguida, informados pelo sistema de alto-falantes que havia um problema e a nave estava prestes a cair. Uma aeromoça então pediu aos soldados, que acreditavam estar diante da morte certa, que preenchessem um formulário da empresa de seguros.

Quando o último soldado entregou a ficha, foi explicado que tratava-se de um teste e que ninguém estava morrendo. A experiência revelou que, sob o medo da morte iminente, as pessoas cometem mais erros ao preencher formulários."

Cada coisa que se lê... rs

Pra começar, Smiths

"Shyness is nice, and
Shyness can stop you
From doing all the things in life
You'd like to"


The Smiths, Ask


De todas as músicas dos Smiths, essa é uma das que mais me tocam. Por identificação, claro. Timidez sempre foi uma característica forte da minha personalidade e muitas pessoas me identificam como "aquele cara quietinho". E se muitas vezes consegui romper com isso, em várias outras me privei de coisas bem legais.

A verdade é que não sei me como me comportar com pessoas que conheço pouco. Tento ser gentil e legal e, bom, sabemos que não é assim que funciona. Soa forçado. As pessoas tem que gostar de você por quem você é, e não pelo que você tenta mostrar. Mas é difícil vencer hábitos antigos. Eu acabo agindo assim e, ao perceber que as coisas estão entravadas, acabo me retraindo e dando um jeito de sair pela esquerda.

Leva tempo pra isso passar, pra que eu me sinta à vontade e seja o Toni, de verdade, ao natural. Leva ainda mais tempo quando eu tento forçar a timidez a passar. E a verdade é que 'tempo' é um artigo em falta nessa nossa época.

Mas vamos em frente. Tenho que admitir que melhorei muito nos últimos anos em relação a isso. Aos pouquinhos eu vou lidando com a timidez, aos pouquinhos, sempre com a ajuda de vocês meus amigos, e das pessoas bacanas que eu sei que a vida me apresentará.

Quem sabe em alguns anos eu não serei até extrovertido? =)